A Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) promoveu nesta quinta-feira, 7 de outubro, um bate-papo sobre desafios e cuidados em segurança digital e sobre como a tecnologia contribui para o aumento da produtividade das micro e pequenas empresas. O tema do encontro, que reuniu representantes dos governos local e federal, do setor produtivo e da academia, foi Segurança Cibernética nas MPEs. O evento ocorreu no formato híbrido, em que convidados participaram presencialmente e o público pode assistir pelo canal da Fibra no YouTube.
O objetivo da iniciativa foi identificar os principais desafios, gargalos e oportunidades em segurança no ambiente virtual, além de discutir e propor soluções efetivas. “No DF, 75,3% das indústrias são micro e 19,8% são pequenas empresas. A maioria desses negócios estão em ambientes virtuais e alguns têm fragilidades no sistema de segurança. Por isso, a necessidade de discutir o impacto de vazamento de dados”, disse o presidente da Federação, Jamal Jorge Bittar, na abertura do evento. Ele também alertou sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. “Com a legislação, o empresário passa a ter uma preocupação maior, pois é responsabilidade dele cuidar das informações de seus públicos. Ferramentas de segurança contribuem para esse processo.”
No âmbito do setor público, a deputada distrital Júlia Lucy (Novo) elencou contribuições que a Câmara Legislativa pode prestar como “suporte para que pequenas empresas tenham acesso à profissionais do setor e aprimoramento da atual legislação”, afirmou a parlamentar, que é presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo do órgão.
Presente no encontro, o general de divisão do Sistema Defesa, Indústria e Academia de Inovação do Exército Brasileiro, Angelo Kawakami Okamura, falou sobre sua experiência à frente da instituição e citou um ponto primordial para uma organização está protegida. “As empresas que prestam serviços de tecnologia, como o de armazenamento de dados em nuvem, devem oferecer sistema de atualização. Não ter é uma porta de entrada para ataques, demostra fragilidade”, disse. Okamura comandou a defesa cibernética do Exército de 2016 a 2018.
O diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Fibra, Graciomario de Queiróz, que mediou o debate, falou sobre as novas profissões da indústria 4.0, as transformações causadas pela pandemia da covid-19 e explicou a necessidade de adequações diante dos crescentes ataques cibernéticos. “Há um déficit de profissionais de TI estimado em 403 mil para 2022, por isso a qualificação no setor se faz necessária. O acesso à internet aumentou e, consequentemente, os ataques cibernéticos cresceram, o que trouxe sérios prejuízos às empresas, em especial para as micro e pequenas, que geralmente não se preocupam ou não têm condições para implementar medidas de segurança robustas e contínuas. É necessário aplicar recursos financeiros em cibersegurança, pois negligenciar esse aspecto compromete a reputação da organização no mercado.”
Opinião
Na visão do professor doutor e membro da Comissão Acadêmica do Programa de Pós-graduação em Segurança Cibernética da Universidade de Brasília Rafael Rabelo Nunes há riscos que vão além das telas. “As empresas sofrem riscos trabalhistas e patrimoniais, pois são zonas que impactam o negócio. A segurança cibernética atinge um todo. Na universidade, preparamos o aluno para entender não só de tecnologia, mas também de processos de gestão. O profissional precisa de uma formação completa, que, aliás, envolve anos de estudo”, disse durante a segunda mesa de discussões.
Participaram também do debate o presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética e CEO da Decript, Hiago Kin, a diretora de Relações Institucionais do Observatório dos Crimes Cibernéticos, Julieta Verleun, a líder do projeto de Segurança Cibernética da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Larissa Querino, e o fundador da Apura Cybersecurity Intelligence, Sandro Suffert.
Assista o evento completo no link.
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